Origem do Xadrez, o rei dos jogos, é enigma indecifrável

    A invenção do xadrez é um enigma até agora indecifrável porque não há registros históricos suficientemente exatos para confirmar a origem do jogo. A única certeza que se tem é que ele remonta a tempos imemoriais a se julgar pelos rastros e lendas deixados por onde passou.
   Alguns historiadores atribuem a sua criação ao rei Salomão, que governou Israel de 961 a 922 a.C.; outros, aos sábios mandarins contemporâneos de Confúcio. Porém, há claros indícios de que já era disputado no Antigo Egito.
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   Os documentos mais remotos relacionados ao xadrez seriam algumas pinturas murais encontradas por arqueólogos em câmaras mortuárias de pirâmides situadas no Vale dos Reis, ao sul do Cairo, com data aproximada de 1200 anos antes da era cristã.
   Uma delas retrata a rainha Nefertari, esposa do faraó Ramsés II, entretida com o senet ou senat, um jogo que lembra o xadrez como conhecemos. Já o outro desenho representa Ramsés III com um oponente diante de um tabuleiro. Curiosamente, este grande estrategista militar egípcio acabou vítima de uma conspiração urdida no interior do seu próprio harém.
Também há registros indicando que o xadrez era disputado na Índia, onde surgiu por volta do século V ou VI de nossa era, derivado de um outro antiquíssimo jogo hindu conhecido como Chaturanga. Esse nome fazia alusão às quatro armas – ou angas – mais temíveis do exército indiano: elefantes, cavalos, carruagens e infantaria. Daí ele teria passado à Pérsia.
   De todo modo, parece certo que o xadrez finalmente foi introduzido no Ocidente, oriundo do mundo árabe, por duas vias distintas: através da invasão sarracena da Península Ibérica; e da Primeira Cruzada, organizada em 1095 pelo papa Urbano II, para libertar Jerusalém e a chamada Terra Santa.
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   Tal como é jogado atualmente, o xadrez conserva intacto seu caráter de jogo da corte medieval européia. Se assemelha a uma guerra convencional de lanças e espadas, conforme pode ser facilmente percebido pela nomenclatura e movimentação das peças sobre o tabuleiro – o campo de batalha.
   Os peões equivalem aos oficiais subalternos da infantaria, protegendo e lutando à frente da cavalaria e demais membros da realeza. Bispos, reis e rainhas (damas) representam a hierarquia espiritual e a de comando temporal, enquanto as torres são equiparadas às fortalezas dos nobres.
   Com a modernidade praticamente todas essas personagens desapareceram da maioria dos países do mundo. Em contrapartida, o xadrez permanece absoluto como um jogo da mais elevada distinção, capaz de exigir da mente humana esforços incomparáveis.
Se um dia o xadrez foi o jogo dos reis, pode-se também afirmar que ele jamais perdeu a majestade e ainda hoje impera como o rei dos jogos.

Um comentário:

  1. Pobre Ramsés III! Quando o sujeito é traído em sua própria casa já é algo trágico, agora, ser vitimado em seu próprio harém, aí já é demais.
    Fascinante a sua postagem, que tratou de assunto tal qual. Aprendi porcamente e tardiamente as primeiras lições do xadrez, das quais acabei não realizando progressos. E isso é algo que lamento muito em minha formação. Espero ainda corrigir, minimamente que seja, essa lamentável perda.
    Parabéns, e abraço!
    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
    Gostaria de lhe convidar para que comentasse a minha crônica “O Rio de Janeiro Continua Lindo”. Ok?
    http://jefhcardoso.blogspot.com de blog em blog.

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